Certa ocasião, Cristo foi questionado pelos seus discípulos, se valia a pena segui-lo. Cristo prometeu não só resultados nesta vida, como na Nova Terra. Não recompensas, como muitos têm prazer em interpretar, mas consequências do relacionamento, entre o crente, Cristo, o próximo, o ambiente e, o Universo. Terá valido a pena conhecer a Deus no ano de 2012? E que dizer para 2013?
- Veja-se o que aconteceu à vida de cada um, a partir duma determinada data, como por exemplo desde 1976, ou de 1986. Quem não terá ouvido promessas, de um futuro, em que a informática traria um período de prosperidade e bem-estar? Quem não se recorda das dádivas de desenvolvimento que a democracia e a liberdade dariam às nações? Que esperanças na entrada para a UE? Pelos vistos parece que tudo está acorrer ao contrário, para não falar das dívidas e, o corte instantâneo de despesas, empregos e, serviços que à partida aparentemente não dão lucro. A resposta a estas situações é uma constatação, uma pergunta e, uma decisão! Eu não percebo o que se está a passar! O que se passa e, com quem posso melhorar a minha situação? Eu quero estar com Cristo e, o meu próximo em plena união. Mas como é que isso acontece? Veja-se alguns exemplos de situações bíblicas, que podem dar a resposta a vários “estados de alma”.
- O primeiro exemplo é o de Salomão e, o seu encontro com o poder e os problemas do povo de Deus, como vem descrito em I Reis 3:7-12. O que o rei pediu a Deus, perante tal desafio, foi principalmente discernimento. A sabedoria de Salomão de forma sucinta, consistia em coexistir com Deus e, testemunhar ao seu povo e aos seus vizinhos, preparando-os para a primeira vinda de Cristo. E foi-lhe dado coração sábio e bem entendido e, no final acaba por resvalar (I Reis 4:11). E aqui, entram hoje em dia as interpretações mais estranhas, como o facto de não se ousar pedir a Deus por mais sabedoria, para não se cair no mesmo erro de Salomão. Note-se, que foi precisamente ao contrário, ou seja, foi por Salomão abandonar a sua fonte de sabedoria e, os seus objectivos, que se deixou corromper pela falta de desafios. Deu-se ao luxo, ao ócio e, aceitou as ideologias da idolatria veiculadas pelo excesso de casamentos e, de compromissos de paz, sem ter em vista a difusão da mensagem, influenciando no pior dos sentidos todo o povo de Deus e, toda a sua descendência desde então, até aos dias de hoje.
- O segundo exemplo, é o do povo de Israel no Egipto. Deus respondeu às suas orações, mas a travessia que deveria ter demorado alguns meses, prolongou-se por 40 anos, principalmente devido ao povo não ter conseguido resolver os problemas com a fé que Deus disponibilizava. O povo não entendia porquê? Claro que compreendia, mas os seus interesses não se coadunavam com os de Deus. Várias lições se podem tirar para hoje e, evite-se de não se tirarem conclusões, com a injustificação de que se estivéssemos no mesmo lugar, teríamos feito o mesmo. Quando há um êxodo orientado por Deus, o que está em causa é a solução dos problemas espirituais e físicos, que só podem ser libertados pelo Cordeiro de Deus, que simboliza a vida, morte e ressurreição de Cristo. O Egipto de Israel (símbolo do pecado, ou rejeição para com Deus) começava e acabava no que o povo acreditava, fosse dentro das suas fronteiras junto ao Nilo, ou na travessia do deserto, ou mesmo dentro de Canaã. Em suma, todos são peregrinos na vida, atravessando desertos, em direcção a planícies, ou a novos desertos, ou a precipícios. A questão principal está em conhecer quem é o caminho e, ter também interesse pelas viagens planeadas por Deus e, pela sua companhia.
- O terceiro exemplo é o dos 12 espias, enviados desnecessariamente à terra de Canaã. A tendência da descrença, está na capacidade de encontrar nos eventos, todo o tipo de dificuldades e justificação, que se possa explicar e, resolver sem Deus. O caso dos espias têm a ver com o aceitar-se no plano de Deus, que é sempre um absurdo humano. Por vezes o estar quase salvo, não é estar salvo. O relacionamento entre o ser humano e a Divindade, é uma constante progressão, perante contínuos desafios. Nunca há paragens, pois perante as criações incessantes de Deus, existem sempre contrários a destruir as criações e, o ser humano deverá escolher qual o lado que quer aceitar.
- O quarto exemplo é o de David e, de outros autores de Salmos, como Asaf. Esta parte da Bíblia, é uma fonte de inspiração em relação a Deus Triúno e, à obra do Messias. Sob a forma poética, de oração e, de louvor (usado também em música), são testemunhados os dilemas, as dúvidas, as questões, as certezas e, principalmente as experiências nos relacionamentos com Deus, o próximo e, a natureza. Esta é a prova de que a relação com Deus, não é cega, nem muda, nem surda e, consiste em factos, sentimentos, avaliações, pensamentos, actividades e, principalmente aceitações com base nas palavras e acções criativas de Deus no dia a dia e, na eternidade.
- O outro exemplo é o de Job, em que se conclui que o sofrimento e a morte, não são vistos como particularidades, mas como generalidades para todos os seres humanos. As particularidades, ou diferenças estão no uso das liberdades em se poder escolher a solução de todo o tipo de problemas, através das acções criativas de Deus em Cristo nos seres humanos, na natureza e, no Universo. Em Jó 19:25-27; 42:1-5, 10 este crente, só aceita como salvador, Jesus o Redentor, que lhe foi revelado nos seus sofrimentos e , com quem venceu todos os problemas causados pelo pecado. Nesta experiência, foi evidente que o ser humano não consegue se justificar sózinho, mesmo que seja considerado o "mais justo" entre todos da Terra. O ser humano só vive se estiver acompanhado pelo intercessor, que é Cristo.
- No ano de 2012, apareceram muitas situações difíceis. Todas podem ser vistas como sinais, como estão descritos em S. Lucas 21:25-28. É importante nestas ocasiões, como diz a palavra, percepcionar e enfrentar as provas, com fé (aceitação das acções e mensagens divinas) de que Cristo dará o “escape”, ou as soluções, em conjunto com o conhecimento das suas palavras e, do seu ser, para serem interiorizados, vividos e, testemunhados.
- Todas as situações se assemelham às experiências, que aconteceram aos crentes nos exemplos atrás descritos. Isto significa, que seria também importante, que cada crente, reconhecesse o que se progrediu em termos de conhecimento de Deus no ano passado e, não pensar só em termos institucionais, ou individuais. Mas também, não chega somente embalar mornamente os crentes, com discursos apaziguadores de paz individual, ou de união entre os crentes, sem no entanto dar qualquer tipo de motivo, causa, razão, ou significado espiritual em Cristo, que possibilite a criação da nova criatura, com soluções que permitam enfrentar com ânimo e nova vida, as crises socio-económicas. Isto só aumenta ainda mais a descrença, perante qualquer tipo de situação.
- Se, em termos pessoais houve uma mudança espiritual em 2012 em que se ficou a conhecer mais a Deus, então, não há nada a recear, que no próximo ano de 2013, haverá sempre a presença de Cristo para todo o tipo de situações, não só a nível individual, mas também em grupo, ou em comunidade, ou em sociedade. Há que destacar, que a vida é a aprendizagem constante em Deus, onde se evidencia que o amor de Deus, levou-o à sua inexistência, ou morte em relação ao mal, para com o Universo em Jesus Cristo. Só assim, foi possível a continuidade do Universo, em que o conhecimento de Deus se tornou na coexistência com o humano, em que há criação constante da nova criatura, na liberdade de Jesus Cristo em cada ser vivo, que constantemente é desafiado.
- Cada ano, ou se descobre esse Deus reflectido no interior de cada crente, no próximo e no ambiente, ou então, o sentido de vida, torna-se cada vez mais distante do criador, destrutivo e, vazio. No essencial, em cada dia há crises, mas também há oportunidades providenciadas por Deus, para se estar bem com tudo e todos. Caberá a cada um escolher a vida que quer ter agora e, no futuro, com base na experiência do passado e, no que Deus criará.