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COMENTÁRIOS CRISTÃOS



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EVANGELHO E CRIAÇÃO

17-03-2013 17:00
  1. O EVANGELHO NA CRIAÇÃO

O Evangelho é a boa nova da criação de Deus para o homem e universo, perante a escolha entre o bem e o mal. Pode-se acrescentar, que o evangelho em Cristo, permite ao homem a semelhança de Deus em relação ao viver com bem e, à exclusão do mal. O evangelho (boa nova) já existia na criação, quando Deus capacita ao homem, a distinção de algo diferente e lesivo, mas em que havia a possibilidade de escolher entre morte sem Deus e, a vida com Cristo ao seu lado.

Quando se rejeitou a Deus ainda no paraíso, houve de novo a possibilidade de exercer o evangelho, ou seja, havia a continuidade da mensagem, de novas escolhas a serem feitas em Deus. Essa capacidade de diferenciar o bem e o mal e, a possibilidade de estar com Cristo para ser transformado com a sua contínua criação, foi iniciada de forma simbólica com os animais, no lugar do próprio Cristo.

O evangelho sempre precedeu o pecado e, a morte. Esta teve de ser mostrada pelo próprio Cristo, antes que a destruição acontecesse sem haver possibilidade de se escolher estar ao lado de Deus. A única saída foi a de iniciar os sacrifícios dos animais, para que o homem identificasse a morte, a vida, a ressurreição, o juízo e a eternidade em Cristo. É erróneo, separar o evangelho da criação. Embora distintos, a mensagem só existe com o acto e o ser criador. Em suma, o evangelho só é a boa nova, porque expressa a criação.

  1. A MORTE

Só quando o homem (Adão) viu o seu filho morto (ainda por cima assassinado pelo próprio irmão), é que a humanidade se confrontou com a crueza das consequências da sua escolha em rejeitar a Deus. Pouco a pouco, as consequências do pecado tornaram-se evidentes, mas também na mesma proporção Deus foi revelando a solução em Cristo a partir da morte do ser da Divindade, que a vai vencendo com a sua vida e amor. No entanto, a morte é uma realidade, que não é aceitável pelo homem, porque para isso teria de a experimentar de forma inocente para se reviver de novo, mas isso é impossível, a não ser em Cristo.

Embora, não aceitável de momento, a não ser perante o juízo de Deus, a morte é interpretada das mais variadas formas, havendo 3 posicionamentos acerca dela: ou a morte é vista como desaparecimento definitivo do ser humano no vazio existencial, ou existem soluções com base no espiritismo em que o ser humano existe e perdura numa forma incorpórea, ou o ser humano transitoriamente deixa de existir e, será ressuscitado. O evangelho de Cristo é muito claro sobre a morte: este é o resultado do pecado, ou seja, o ser humano ao escolher separar-se da criação de Deus, do seu relacionamento, que tem por base a lei dos dez mandamentos, expressos na vida, morte e ressurreição de Cristo, decide morrer, ou seja, escolhe deixar de existir, desaparecendo no vazio, ou nada. A questão principal, que se levanta no meio de tudo isto é somente esta: quem é o homem? Qual é a boa nova (evangelho), que Cristo na criação nos quer mostrar constantemente para solucionar esta destruição do ser humano?

  1. AS CONTÍNUAS CRIAÇÕES PELA REDENÇÃO

O ser humano é uma parte do caos, ou do vazio, que Deus dá a possibilidade de ser ocupado por uma parte do seu ser, fruto do relacionamento da Divindade Triúna. O ser humano vai-se transformando, com a escolha contínua, que cada um com a liberdade de Cristo, em relação às suas criações eternas. Embora criado por Deus, no entanto o ser humano, só é eternamente semelhante, quando aceita a união de Cristo que seja gerada, a partir da  disponibilidade e oportunidade factual da Divindade estar no lugar do homem, desde a sua génese. O homem sempre existiu nos múltiplos elementos de Deus, que na liberdade se criaram e se continuaram a criar, até se deixarem destruir, pela limitação de se concentrarem como divinos, mas não sendo a Divindade. A liberdade nas razões e na vida, não conseguem existir sem o amor. É essa a essência da existência humana. O ser humano, não vem do nada, existe em Deus, e concretiza-se na liberdade de Deus, em conjugação com o seu amor (a existência do que não existe e, a não existência do que existe), verdade (conhecendo o desconhecido e, desconhecendo o conhecido) e a vida (concretização da eternidade infinita pela criação). Ou seja, no caso das criações perante o pecado, estas só se dão no ser humano, para que este continue a viver, porque o próprio Cristo encarnou esse ser humano e viveu como homem segundo Deus. Isto significa, que antes, tal não acontecera, porque a Divindade estava no ser humano, sob outra forma e combinação, de acordo com o conhecimento, situação e liberdade escolhida. No fundo, até onde vai Deus, para estar em contínua criação no homem? Até ao vazio, mas não se transformando em nada, isto é, nunca passando pela inexistência, e muito menos nunca perdendo a sua capacidade de transforma-la (com os indivíduos) à semelhança da imagem de si mesmo. Mas esta contínua vida de Cristo no ser humano, pode ser aceite? Só pela fé (aceitação) do que Cristo fez na cruz e, pela ressurreição espiritual, que simboliza a eternidade, a iniciar na gloriosa segunda vinda.

Em suma, a vida tal como existe em tudo o que é bom e perfeito, mesmo após a entrada do pecado, só permanece, tal como aconteceu no início da criação, porque existe uma contínua criação, que é exercida a partir da vida de Cristo. Só com base na morte (passagem pelo nada) e, ressurreição de Jesus Cristo, é que esta vida (terrena e eterna), consegue se sobrepôr à força do pecado, que arrasta o ser humano para o nada. Isto significa, que perante a glória do amor, verdade e vida de Deus em Cristo, a liberdade será a única maneira, de definitivamente o ser humano optar só pela imagem e semelhança de Deus. Ou seja, a redenção, ou a criação em Cristo, vai no sentido do exercício das liberdades, que tornam a criatura cada vez mais semelhante à eternidade infinita dos seus criadores da onde se originou e, independente do vazio da onde também provêm. Então, o que é o ser humano? É a liberdade de Deus em criar, em que juntou partes da Divindade Triúna e o nada, para constantemente e em definitivo exercer com a criatura, o seu ser criador.

  1. A CRIAÇÃO NA RESSURREIÇÃO APÓS A CRUZ

A morte e ressurreição de Cristo, representa a escolha que cada um faz à criação de Deus, ou ao caos que a Divindade não representa, mas que conhece e, que ultrapassa. A morte e a ressurreição, nunca podem só ser decididas e aceites na vida do crente, sem que se escolha a criação e, a vida de Jesus Cristo. No essencial a criação e vida de Cristo, não são impossibilidades na criação e vida do cristão em companhia com a Divindade Triúna, mas só podem acontecer com a morte do pecado e, a ressurreição em Cristo. Suponha-se o roubar, quando este é visualizado, não somente nas suas consequências de morte reveladas na cruz de Cristo, mas também no exemplo de Cristo na sua vida e nas dádivas na criação, o ser humano vê em Jesus, como única saída a morte desse pecado pela cruz e, ao mesmo tempo, a ressurreição para a vida na terra e na eternidade. A cruz é o momento em que se aceita como real a existência da morte deste tipo de rejeição (o roubar o próximo é roubar a Deus) porque Cristo assim o revelou. É ao mesmo tempo, o momento, em que se aceita a morte para com esse tipo de relacionamento. Morre-se com Cristo, para esse tipo de pecado. Surge também em Cristo, a nova vida, que foi expressa na criação e, na vida de Cristo, que implica novas profundidades de ser em relação ao dar, que se prolongarão pela eternidade, na companhia não somente de Cristo, mas também do Espírito Santo (em que se escolhem os frutos do Espírito Santo) e de Deus Pai, após a ressurreição na segunda vinda de Jesus.

  1. A CRIAÇÃO ETERNA

Através de símbolos as criações eternas têm sido, pouco a pouco escolhidas para bem do relacionamento entre o homem e Cristo. Há toda uma pedagogia, em que o ser humano aceita as dádivas e convites de Deus. Ao mesmo tempo, é com este conjunto de símbolos, que o ser humano testemunha a outro, partilhando o mesmo Espírito em Cristo. Portanto, falar de eternidade é, também falar de símbolos que se vão alterando à medida, em que as criações são testemunhadas. Isto significa também, que à medida que Cristo se vai aproximando do ser humano, em que o clímax começará na sua segunda vinda, os símbolos concretizam-se em criações, que se transformam cada vez mais em eternidade. No entanto a questão pertinente a ser posta é esta: como serão eternas as criações, que estão a ser sempre inovadas, ou recriadas? As criações constantes dão-se, mas sem pôr em questão as que estão já criadas, ou seja, são uma continuidade de aprofundamento, do relacionamento com Deus.

A nova vida é a constante criação com Cristo, em que o homem e o divino se unem. Mesmo no espaço caótico do pecado, a redenção revela-se na criação a partir do nada, ou em pecado, em que o homem aceita estar unido com Cristo, para ressuscitar na nova vida, no sentido para a eternidade das criações. Assim a eternidade, torna-se essencialmente uma relação de contínua liberdade nas criações de Deus. Assim, até à segunda vinda, a eternidade é a contínua transformação em Cristo perante o pecado, da sua justificação e santificação na vida do Espírito no crente, é a continuidade da sua criação, da ligação ao povo de Deus (como judeu no início e depois para com todos como cristãos), da sua vida, morte, intercessão e ressurreição. Após a segunda vinda, a mensagem do juízo é clara, descrevendo a acção de Cristo como juiz. Após o juízo, a mensagem é dada directamente pela presença de Cristo na eternidade, com os crentes. A mensagem é a de que a liberdade é continuamente exercida, por cada um para com a eternidade infinita de Deus, no Universo sem fronteiras. Com Deus, tal como a constante criação, existirá sempre evangelho, em que a boa nova das criações são vistas profeticamente (atendendo ao passado, presente e futuro e, considerando ao mesmo tempo o carácter dos vários intervenientes) na eternidade de Deus, que se concretiza em incessante perfeição e, para felicidade de todos em tudo no Universo.