A FÉ COM IDEIAS E FACTOS

COMENTÁRIOS CRISTÃOS



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O REAVIVAMENTO E A REFORMA NO FIM DOS TEMPOS

29-08-2013 21:48
  1. O REAVIVAMENTO E A REFORMA

A reforma é o testemunho do reavivamento, em que se partilha com outros as decisões e, ao mesmo tempo, em que recebe dos outros, o que dão das suas relações e, experiências com Deus. A reforma, não é um beco sem saída, ou a foz de um rio espiritual, que desagua num pântano de actos, mas é também, acima de tudo, a avaliação de todo o processo de reavivamento, com o sentido de o aperfeiçoar em Jesus Cristo, na direcção da santificação.

Em suma, não há reforma sem reavivamento e, vice-versa e, estes direccionam-se para a santificação, ou a santidade criadora e, eterna em Cristo. Isto significa, que não se deve encetar por reformas, que entrem em contradição com o reavivamento e, por sua vez os actos reformados, devem cada vez mais, serem avaliados pelas relações de reavivamento com Cristo. Portanto, o crente em Cristo, deve questionar constantemente, o que há no exterior, que ao ser mudado, influirá negativamente, ou positivamente o seu interior com Cristo e, o que há no interior, que ao ser reavivado, poderá influenciar com vantagens, ou desvantagens o exterior com a companhia de Deus. O mesmo acontecerá a nível de Igreja e, do mundo, em que os reavivamentos e reformas, são eventos que se conjugam entre si e, com a conversão. Seja como for, todos estes relacionamentos, só se processam devido ao amor, à verdade e, à vida em Cristo Jesus.

  1. A REFORMA NAS CONSEQUÊNCIAS E NAS LIDERANÇAS DO VELHO TESTAMENTO

O povo de Deus no Velho Testamento, não percebia nada de conceitos de reavivamento e, de reforma, mas elas já existiam no seu meio. No entanto, em vez desses conceitos, o povo de Deus já tinha a noção espiritual da existência, do relacionamento de Deus e, de determinados factores, que resultavam nas bênçãos de Deus. Seja como for, há dois exemplos sobre a reforma, destacados em Juízes no capítulo 21 e, em II Crónicas no capítulo 20. No primeiro exemplo, quando Israel “seguia o seu próprio caminho” e “cada um fazia o que achava mais recto” (Juízes 21:25), Deus retirava Sua bênção e, a nação enfrentava o desastre e, a derrota. No segundo exemplo, tem-se o povo de Deus, que enfrentou um de seus maiores desafios, numa batalha contra os amonitas e moabitas, em que o rei Josafá mostrou forte liderança espiritual, para que o povo se concentrasse no poder de Deus.

Em suma, as reformas no geral, são visualizadas e, desejadas, tanto nas consequências das decisões espirituais desastrosas, ou nas ameaças, pela aceitação das soluções em união, assim como pela falta de escolha de fortes lideranças. É caso para perguntar: quantas vezes, se ouve falar das vantagens em reformar a vida? Em vez de se focar o gozo ou, a felicidade da libertação, que há na reforma, em que os crentes se unem em Cristo como um todo, destaca-se nos púlpitos, na maior parte das vezes, o complexo de culpa e, o peso do arrependimento e perdão, ou o excesso de fórmulas mágicas, ou clichés, que não explicam devidamente o relacionamento espiritual e, que estão longe da realidade do dia a dia. Quanto às lideranças, em vez das vitórias, distinguem-se as direcções, ou pela distanciação dos líderes para com o povo de Deus, ou pela pouca compreensão que os crentes têm para com os seus líderes.

  1. O REAVIVAMENTO E REFORMA NA IGREJA DE CORÍNTIOS

Os problemas que se apresentavam em Corinto eram: a desconfiança da autoridade de Paulo, o deslumbramento para com determinadas lideranças sem conteúdo espiritual, a existência de grupos, ou facções (1:10-4:20), os desvios e pecados na área da sexualidade cristã, os abusos conjugais, a imoralidade, a arrogância, os julgamentos inconvenientes (5:1-6:20) e, os erros doutrinais sobre o casamento, divórcio, celibato (7:1-16:4), alimentos, idolatria, liberdade (7:1-40), adoração, dons, cultos (11:2-14:40), ressurreição e, vida futura (15:1-58).

Quem olhasse esta igreja, pelo prisma da ortodoxia, de imediato convocavam-se as comissões, para se expulsar a maior parte dos membros, ou então anunciava-se uma só perspectiva para solução destes problemas e, no outro dia a maior parte dos membros teriam voltado para os braços do paganismo, ou do fanatismo religioso judaico. Outra reacção, que às vezes se vê, é o de deixar seguir a situação, pelo curso que mais lhe convém, acabando o movimento em conflitos e, de separações de cada um para o seu lado.

O apóstolo sabia, que havia essencialmente três tipos de crentes e, que eram:

  1. Os sinceros, que seguiam somente o mínimo, sem desejar mudanças, mas que se lamentavam pela situação existente.
  2. Os fiéis, que queriam progredir na sua relação com Cristo e, que por isso questionavam e, procuravam soluções para os seus problemas no exterior, no contexto do seu testemunho. Estes fiéis mostravam-se exigentes, pois olhavam para os seus líderes como exemplos, procurando no seu testemunho, as suas respostas.
  3. Os crentes contra Paulo, que no essencial não aceitaram a Jesus pelo Espírito Santo e, que continuavam agarrados aos seus pecados e, estilos de vida pagãos.

O que Paulo fez? Focou os erros e, ao mesmo tempo mostrou quais seriam os comportamentos reformados, com justificação no reavivamento espiritual e, disponibilizou-se em seguir, mais de perto a situação. Esta igreja, pulsava de energia e, fervor missionário, mas estava a direccionar-se no sentido errado, devido ao seu crescimento rápido, sem estruturas apropriadas. O apóstolo aceitou do Espírito, uma visão total dos problemas e, solucionou-os com Cristo, considerando sempre essa totalidade, sem perder de vista a singularidade de cada crente.

Em suma, tanto o reavivamento, como a reforma, devem ser sempre antecedidos, por uma avaliação espiritual correcta, em que o rigor é a verdade, o amor e, a vida de Cristo, já experimentado pelos líderes e, não o juízo precipitado, de uma hierarquia fechada em si, sem o Espírito Santo. O apóstolo, nunca perdeu de vista um princípio importante: a Igreja é de Deus.

  1. O REAVIVAMENTO E A REFORMA NO APOCALIPSE, PARA COM A IGREJA DE ÉFESO

4.1. RESUMO DO APOCALIPSE

O Apocalipse é o evangelho profético de Cristo. Nele, a palavra sagrada, revela o que Deus vai fazer com as criaturas humanas, no âmbito do conflito entre Cristo e, Satanás, considerando a eternidade. O Apocalipse, ou Revelação é um livro literal, mas também simbólico, em que aponta ao mesmo tempo, factos reais, que aconteceram, acontecem e, acontecerão, sob a acção criativa de Jesus Cristo.  Em suma, o Apocalipse é a revelação do Direito Espiritual de Deus.

O Apocalipse pode-se dividir nas seguintes partes:

  1. Objectivos da carta, saudações e, visão do Filho do Homem (1).
  2. Mensagem às igrejas (2-3).
  3. Visão da glória do Messias (4).
  4. Abertura dos 7 selos (Cavaleiros do Apocalipse, clamor dos mártires, grande terramoto e abalos celestes) (5-8).
  5. As 7 trombetas de Deus (8-11).
  6. O confronto entre a mulher (Igreja) e o Dragão (Diabo, ou Satanás) (12).
  7. A besta do mar e a besta da Terra (13).
  8. Os 144 000, os 3 anjos e, a colheita da Terra (14).
  9. Os sete anjos, que derramam 7 taças cheias de pragas, sobre a Terra (Fome, Pestes, Terramotos e, Maremotos, entre outras pragas) (15-16).
  10. A mulher (Babilónia) sentada sobre a Besta (17).
  11. A queda da Babilónia (18).
  12. Cântico de Vitória no Céu e a vinda do Cavaleiro do Cavalo Branco (Segunda Vinda de Cristo) (19).
  13. Os Mil anos de Cristo com os crentes da 1.ª ressurreição, a condenação milenar de Satanás, a terceira ressurreição dos injustos e, o juízo final (20).
  14. O Novo Céu, a Nova Terra e, a Nova Jerusalém (21).
  15. O Livro da Vida e, a esperança da Segunda vinda de Cristo (22).

Em resumo, o Apocalipse evidencia três temas essenciais:

  1. Do capítulo 1 a 3 evidenciam-se os apelos para a liberdade da verdade, do amor, e da vida de Cristo para o mundo. Estes apelos são representados pelos membros da sua Igreja, dispersos no mundo, e nos séculos da história humana. Com base nas acções de Cristo na criação, na primeira vinda, na presente intercessão e, nos testemunhos da fé pelos crentes num conjunto organizado e, convertido, ou reformado de pessoas com dons, ministérios, sinais e frutos a que se dá o nome de Igreja, é que se constituirá o juízo.

À medida que Cristo interage com as igrejas, dá-se o julgamento imediato de todas elas, e o apelo ao mundo. Com Deus, o juízo ao longo da história das relações com a Igreja, sempre começou por ela, porque Cristo vive nos crentes pela fé e, é por ela que testemunha ao mundo, à Trindade, e ao Universo. A Igreja com Cristo invisível, reivindicará a sua visibilidade nas segunda e, terceira vindas, para se assemelhar cada vez mais ao salvador. Isso só acontecerá após esta decidir definitivamente por Cristo no julgamento, que decorre constantemente, pela liberdade do Salvador.

  1. Do capítulo 4 a 19 é relatado, em primeiro, a implantação do tribunal por Deus, com a reivindicação de Cristo e de Satanás. De seguida apresentam-se provas, com base em factos de séculos de religião, de políticas, de conflitos entre Jesus e Satã, de apelos de Deus e, de enganos satânicos, e de resultados do mal expostos em pragas. Nestes capítulos também são proferidas as sentenças, que serão executadas nos segundo e, terceiro adventos de Cristo.

O julgamento de Deus é perfeito, porque cada um decidirá em liberdade, durante a sua existência, pela sua própria sentença de continuidade, ou não, da vida. Assim, cada um escolhe associar-se a determinado actor espiritual, ou decide viver pela verdade e, amor de Cristo, ou pelo engano das mentiras, ou aceita as consequências do bem ou do mal, nas mais variadas situações da vida humana.

  1. Do capítulo 19 a 22 é incluído a execução do juízo de Deus, através das acções de Cristo nas suas segunda e terceira vindas. Nestes adventos, Jesus ressuscita a todos para dar a conhecer as sentenças escolhidas por cada um em relação à Trindade, implanta a Nova Jerusalém, cria a Nova Terra e, respeita, quer a escolha da separação pela morte de uma grande parte dos seres humanos, assim como a definitividade da companhia eterna do Salvador, com os fiéis, no estado de eterna e infinita liberdade das suas incessantes criações.
    1.  A ACÇÃO DE CRISTO NOS CRENTES DAS IGREJAS – APOC. 1 A 3

Após a apresentação de Cristo a João, este apóstolo enfatiza de imediato, o seu testemunho e a sua gratidão para com Deus. Dá-se de seguida a revelação de Cristo ao mundo, pelo testemunho dos crentes nas sete igrejas ao longo do tempo e dos lugares. Isto significa, que estas sete cartas às igrejas, não são mais nem menos do que acções do próprio Cristo. A partir da sua criação, sua vida, sua morte, sua ressurreição, sua intercessão, e seu juízo nestas igrejas, é que Cristo faz apelo à liberdade de cada um no mundo, para se transformar no amor, na verdade, e na vida do próprio Jesus, que é vivida pelos crentes nas instituições, organizações, comunidades e sociedades no mundo. E é com base em todas estas acções de Cristo, para com o ser humano, que se procede de imediato à implantação do juízo e, à sua execução nos capítulos seguintes do Apocalipse.

As igrejas nesta parte do Apocalipse podem também ser vistas como períodos da história, em que devido aos seus problemas sociais, políticos, físicos, religiosos, culturais e ambientais, a fé de Cristo em cada crente solucionou-os, com as suas directrizes muito claras, expostas nesta parte deste livro. Isto significa, que as igrejas são o resultado dos encontros e, apelos específicos de Cristo ao longo da história deste mundo e, que já passaram seis períodos de igrejas, e está-se a viver o último tempo, que é o da sétima igreja. No entanto, o Apocalipse é também intemporal, ou seja, a sequência de Deus, não apanha a todos os grupos de igrejas, ou crentes na mesma forma e, não é por causa disso, que Cristo não continua a agir em cada indivíduo. Ou seja, neste momento, há inúmeras igrejas, ou crentes que estão a passar por alguns destes períodos. É descabido de sentido profético, e ainda por mais na diversidade de situações em que se vive a nível global, querer que as igrejas estejam todas ao mesmo nível da relação com Cristo, em termos do seu testemunho ao mundo. Assim, por exemplo em relação ao último período da história humana, que está a decorrer, e em que para o Apocalipse existe a igreja de Laodiceia, há que considerar os outros períodos. Ou seja, no máximo, poderá haver uma percentagem considerável no mundo, em que apresentem a relação entre Laodiceia e Cristo. No entanto, isto não significa, que não haja pelo menos a excepção a confirmar a regra, ou não exista representantes das outras seis igrejas, em que Deus não deixará de atender as suas orações e, meditações sinceras, na etapa de desenvolvimento espiritual, por onde estão a passar.

As igrejas podem ser consideradas como uma escada progressiva de Deus na humanidade, para o desenvolvimento da relação com Cristo, através das suas dádivas de amor, de verdade e, de vida, expressas em conversões, reformas, ministérios, dons, frutos, sinais e milagres. É a partir desse progressivo conhecimento, que a humanidade no seu todo se vai aproximando cada vez mais da visibilidade de Cristo. No entanto, há oposição, engano, contrafacção, corrupção e, morte para com as igrejas, retardando o mundo para o encontro visível com Cristo. Isto significa, que o mundo sempre beneficiou da vida, verdade e, amor veiculados pela verdadeira, amorosa e bem-aventurada igreja que testemunha de Cristo. Tudo o que existe de bem nas liberdades, igualdades, e justiça, originou-se em Deus, a verdadeira fonte dos benefícios na Terra, e foram transmitidos pelos crentes ao mundo. Sempre assim foi, e sempre assim será. Ao contrário de uma opinião generalizada, a igreja de Cristo sempre foi o único passo em frente nas ideias para o bem da humanidade no mundo, mas o engano generalizado está em não conhecer qual é a igreja em causa. Ou seja, continua a haver confusão, em distinguir no mundo qual é a verdadeira igreja de Cristo, mas esta é descrita de uma forma clara na Bíblia em geral e, no Apocalipse em particular, em que as duas características principais, no tempo do fim, são os mandamentos e, o Espírito de Profecia (Apoc. 12:17; 14:12 e, 19:10).

O Apocalipse define e caracteriza a verdadeira relação entre Cristo e a sua igreja, mesmo perante situações geográficas, sociais, económicas e culturais que são vividas pelos crentes no seu particular e, global. Todas estas relações entre as igrejas e Cristo, irão ser explicitadas durante o julgamento e, são provas contra, ou a favor, dependendo como se decidiu em relação aos apelos de Deus para cada momento, a bem do próximo, da sociedade, e do Universo.

4.3. A IGREJA DE ÉFESO

Na primeira igreja, com o nome de Éfeso, são preconizadas por Cristo, as soluções para com as ideologias enganadoras do misticismo, ou da idolatria, ou da imortalidade da alma, ou para com qualquer crença colectiva que escraviza, e que tenta substituir a Deus, que dá a vida. Só podem ser progredidos, ou melhorados, ou reformados, os conhecimentos sobre Deus e, os seus estilos de vida, se a fé de Cristo em cada um estiver para além da própria vida, isto é, se houver a certeza de que Jesus é a fonte da vida, pelo testemunho ao próximo. Assim para os problemas em que a vida é uma ameaça, Cristo oferece a sua vida para quem quiser acreditar que só Ele é a “...árvore da vida, que está no meio do paraíso de Deus”, de acordo com Apocalipse 2:7. Básico mas essencial, a questão da vida que depende só de Deus, e que nos tempos da igreja dos apóstolos, não eram só os cristãos os únicos a abordar a eternidade. Onde está a verdade, sobre esta dinâmica divina para com os crentes?

A mensagem de Cristo é simples: a vida que Ele deu, que continua a dar e que dará na ressurreição dos mortos, só pode ser vivida se houver aceitação em liberdade da verdade e, do amor de Jesus em cada indivíduo em prol do seu semelhante. Isto significa, que a vida é um teste constante à liberdade de escolha da verdade e, do amor de Cristo, que transforma cada crente e Igreja, à sua semelhança. A vida humana só existe, quando dependente da liberdade e, da semelhança eterna da vida do próprio Cristo, em cada um e, em todos.

A primeira igreja, abrange essencialmente, o período após a ascensão de Cristo, em que a igreja cristã se expandiu para todo o Império Romano. Esta fase de globalização, fez-se muito à base de compromissos com doutrinas estranhas ao evangelho, perecendo-se a confiança no Deus eterno e, acreditando-se cada vez mais na pecaminosidade humana. A lei eterna e espiritual de Deus (dez mandamentos cumpridos em Cristo), foi rejeitada e, ao mesmo tempo no lugar do salvador, apresentaram-se intercessores, sem a capacidade de representação, que foi designada somente ao Espírito Santo. Em suma, a reforma necessária, que distingue uma Igreja, no mundo, ou em qualquer parte, será sempre o amor de Cristo, aceite em liberdade nos seus crentes, para com o seu próximo, que tem a capacidade semelhante com Deus, em criar eternamente. Portanto, a reforma em Éfeso, consistia nos cristãos acreditarem e, praticarem, as mudanças, ou inovações, ou aprofundamentos doutrinais, em relação a Deus, que nunca contradizessem, o que já existia em termos de criações, no âmbito do amor, da verdade e, da vida de Cristo.

5. A REFORMA COM MARTINHO LUTERO

5.1. A LIBERDADE DE EXPRESSÃO

O reinado na idade média, do sistema organizado de uma religião institucionalizada, sobre o engano, a contrafacção e falsidade só comparável a Jezabel e, aos seus 850 sacerdotes e profetas de Baal. Em suma, tudo é importante e, quando em situações de grande angústia e perseguição, o sentido de liberdade de Cristo é a única forma de se viver. Se tal não acontecer, entra-se numa conformidade escravizante, que serve a dominadores alienantes do ser humano, na direcção da sua inexistência no caos. Mesmo com a ilusão de domínio mundial, este poder só consegue fazer-se acreditar, se as pessoas não contemplam o exemplo de Cristo, que perante o império romano, mostrou que as relações de política de qualquer organização de poder, têm sempre de respeitar a liberdade religiosa.

Para os momentos da terra em que coexistem pessoas com e, sem a fé de Cristo, a melhor organização de uma sociedade para se viver em paz, é o da separação de poderes. Durante a Reforma na idade Média, um dos princípios mais importantes foi o seguinte: Jesus será o fundador de uma nova sociedade, após a sua segunda vinda, mas os crentes já podem exercer a fé de Cristo, de molde a exercer o seu poder espiritual, que influencie o seu modo de viver e, a dos seus semelhantes, testemunhando naquilo que é básico na sociedade, que é a liberdade de expressão religiosa. É neste pano de fundo que surge a reforma vivida por Wycliffe, Huss, Lutero, Knox, Calvino, e Zuínglio, que influenciaram beneficamente a sociedade, para a expressão livre. Mais uma vez, a igreja que revela a Cristo, está sempre à frente nas liberdades, mas não esquecendo também os valores da igualdade, e da justiça. O ser livre espiritualmente, significa o testemunhar em liberdade, e quando isso acontece há sempre uma discordância com a sociedade, que só mais tarde, reconhece o benefício desta qualidade da vida de Cristo, na comunidade.

5.2. A FÉ NA REFORMA MEDIEVAL

A maior Reforma com Lutero no século XVI, em que o Espírito Santo o influenciou, tem a haver essencialmente com dois aspectos: a interpretação do texto sagrado e, a fé em Jesus Cristo. A obra de Lutero, não foi uma obra terrena, mas veio de Deus e, como tal, é para continuar, nos seus princípios, para além na eternidade.

Na idade média, o texto bíblico era interpretado pelos sacerdotes de forma a evidenciar a tradição, o poder da igreja católica e, ao mesmo tempo considerando os filósofos gregos, que com a renascença no século XIV e XV vinham tendo cada vez mais importância. No entanto havia algo, que deixava alguns sinceros estudiosos circunspectos: como é que o ser humano se podia aproximar de Deus? Como entender o Deus Triúno?

As razões destas perguntas, tinham a ver com a falta de alcance de todas as filosofias existentes, em conseguir perceber a Deus. Embora se tentasse, mesmo com actos externos, como as indulgências, ficava no entanto, um vazio, em relação à proximidade e, experiência de Deus. Lutero, veio mostrar, que só através da palavra, se podia entender a Deus, exaltando o adágio de “Só pela Escritura” (“Sola Scriptura”) e, ao mesmo tempo, destacou que esse entendimento, só se fazia através da fé em Jesus Cristo e, só pela vida conjugada com o seu Salvador (esta última parte é muito esquecida). No fundo o desafio é tremendo, ou seja, só se entende a Deus, quando se acredita, ou se aceita, o que Cristo fez, ou disse, ou faz, ou fará e, ao mesmo tempo, quando se vive o que se acredita com o Salvador. Todo este conceito é conhecido pela justificação e, santificação pela fé. No essencial Deus, como Divindade eterna, infinita e, poderosa, sempre esteve ao alcance de todos, através da sua palavra, que ao ser interiorizada, pode viver e, testemunhar desse Cristo Salvador no ser humano, que o aceita pela fé. O ser humano é justificado perante Deus, porque é visto em seu lugar, a vida, morte e ressurreição de Cristo, que é aceite pela fé e, ao mesmo tempo, o indivíduo entende a Deus (pelo arrependimento, perdão e nova vida pela eternidadade) e, vive na sua companhia, através dessa mesma fé, na vida, morte e, ressurreição do Filho do Homem, no testemunho do quotidiano. Nasce, de todo este relacionamento, a vida eterna com Cristo.

Em resumo, a reforma em Lutero, pelo Espírito Santo, consistiu principalmente, na alteração, da análise e, interpretação da palavra, que esclareceu em que consistia o plano da salvação em Jesus Cristo. Espiritualmente, houve uma mudança na maneira de ver o exterior e, de agir (Reforma na explicação e, aplicação da palavra), para se compreender e, aceitar a Cristo no interior da pessoa (Reavivamento). Ficou em aberto o caminho para encontrar a Deus e, viver com o criador. Só faltava conhecer a reforma, para a liberdade na glória da eternidade em Cristo.

6. REFORMA NO FIM DOS TEMPOS, ANTES DA SEGUNDA VINDA DE CRISTO

6.1. A NECESSIDADE DAS REFORMAS

Porque é que são necessárias, continuamente as reformas, na Igreja do quotidiano? Porque, há necessidade da revelação de novas verdades aos crentes, que se encontram mornos, perante o conflito que se desenrola mesmo à sua frente. Com que objectivo? Para o encontro visível de Cristo, que é ao mesmo tempo, o início da vida em glória com o Deus criador.

De seguida, abordam-se as reformas à luz do Apoc. 3:14-22 e, 14:6-20. As reformas acontecem tanto no exterior, como no interior da Igreja, mas denota-se, que os objectivos principais são a santificação do povo de Deus e, a conversão do mundo. Pode-se interpretar, com as duas passagens bíblicas de Apocalipse 14 e 3, que a conversão do mundo ao Deus criador, acontecerá à medida, em que a Igreja de Deus, for reavivada e, reformada com o Espírito Santo. Isto significa, que a Igreja de Deus, identificada em Apoc. 12:17; 14:12 e, 19:10, com os mandamentos e, o Espírito de Profecia, só difundirá o evangelho eterno da criação, do juízo, da liberdade e, na mesma medida em que aceitar, os seguintes aspectos espirituais, de reavivamento e reforma, expressos em Apoc. 3:14-22:

  • A atenção ao nome, ser e conhecimento de Cristo Criador.
  • A aceitação da profética advertência Divina.
  • A aprovação em liberdade, das soluções criadoras de Jesus.
  • O viver feliz na companhia transformadora, vitoriosa e eterna do Filho de Deus, no testemunho quotidiano do indivíduo, ou da Igreja.

Em resumo, a reforma da Igreja, para difundir o evangelho passa essencialmente, por testemunhar, ou viver profeticamente (em Espírito, portanto) a lei dos dez mandamentos, exemplificada criativamente em Jesus Cristo, no seu relacionamento para com Deus e, na sua salvação criadora para com o próximo. Só desta forma, estará Igreja pronta para testemunhar ao mundo e, ao mesmo tempo para encarar o seu Deus (que é Cristo), face a face, na sua gloriosa segunda vinda.

6.2. AS REFORMAS À LUZ DO APOC. 3:14-22

Na sétima igreja ou de Laodiceia, a característica principal é a mornidão. Este é o estado espiritual da igreja em que Cristo dá mais conselhos de reforma, por ser a mais separativa para com Deus e, o próximo.

Laodiceia, é a igreja que tenta viver bem com Deus, e ao mesmo tempo com os valores do mundo, ou com as regras organizacionais, processuais da própria Igreja, que no seu sistema metódico, pode separar o ser humano do seu Salvador. Isto significa, que esta Igreja consegue separar com êxito os seus papéis, no sagrado e, no profano. É notório, que há valores veiculados no mundo, que foram até institucionalizados a partir do cristianismo. Mas isso para Deus, em constante progressão, é parar no tempo e, não é seguir o verdadeiro rumo, que a Terra caminha em relação aos actos da Divindade, com vista à maior experiência da liberdade humana, a começar na libertação do sofrimento e, da morte. Ou seja, o caminho de Cristo para a Igreja, não é a de status quo, ou de imobilismo, mas de um constante vivência, que resulta na transformação do ser humano à semelhança de Cristo, que reivindica a volta visível de Jesus.

Em cada época, Cristo apela às pessoas com novas mensagens e progressões, que se não as acompanham, simplesmente começam a regredir na sua espiritualidade. Devido possivelmente, por um lado ao forte institucionalismo, ou mercantilismo industrial das organizações religiosas, ou ao formalismo maniqueísta e, ao mesmo tempo por outro lado ao individualismo, as igrejas tornaram-se em zonas de prática religiosa completamente estruturadas, compartimentalizadas, cristalizadas e, muito controladas por grupos, ou até famílias. Cada crente numa igreja, sabe de antemão o seu papel e, o seu estatuto em qualquer congregação, com evoluções espirituais no máximo sentido de mobilidade, muito bem prescritas em critérios definidos. A sociedade tornou-se numerosa e, as suas relações fazem-se numa perspectiva de interesses, normas e regras, muito de acordo com a vivência social urbana do racionalismo económico e, científico. Não é desvantajosa esta relação organizada e funcional da sociedade, só que a natureza do cristianismo, é a do próprio Deus, em que está em constante criação, que apela a decisões constantes do ser humano. Quando este não a acompanha, então, está-se a distanciar a pessoa, da divindade e, dos seus semelhantes, que se encontram no interior e, exterior da igreja. É importante denotar, que inclusive, a evangelização, passou mais a ser uma marca de venda a um consumidor, em vez de ser Cristo a testemunhar pelas igrejas, que apelam ao sentido de liberdade de vida, de amor e de verdade no próximo. Em suma, a característica principal que Deus quer dar a esta igreja, é o da liberdade constante e criadora, que se encontra já na fronteira para a total visibilidade de Cristo e, isso é cada vez mais específico num mundo, em que a mudança o individualismo e, o aumento do conhecimento é uma constante.

Há uma chamada de atenção de Cristo, para algo que pode mudar para a antecipação cada vez mais eminente da vinda visível de Jesus, que é o de ouvir a voz de Cristo e, consentir na sua presença interior, e exterioriza-la pelo testemunho. Cada vez mais, é importante ouvir a voz de Cristo nos outros, e exercer a fé de Jesus em prol do próximo. Para tal, Cristo exerce a fé em cada um, através do dons, que respeitam a individualidade de todos ao redor, no contexto da diversidade no mundo global das necessidades, ou interesses dos semelhantes, em que se progrida em simplicidade, em saúde, em paz e, em felicidade, para o maior conhecimento da eternidade e, da providência infinita de Deus.

6.3. AS REFORMAS À LUZ DO APOC. 14:6-20

As provas apresentadas no Apocalipse, pelo tribunal do Altíssimo, têm a ver com os apelos fortíssimos, que Deus proporcionou pelos seus crentes, que são simbolizados no Apocalipse por anjos, que proclamam o evangelho a nível global no apoc. 14:6-20. É a acção da Divindade num movimento de igrejas e crentes, que reflectem, na sua paciência ou oportunidade, a fé de Jesus e, os mandamentos de Deus (Apoc. 12:17; 14:12 e, 19:10) em testemunhos criativos e, proféticos. Neste apelo, a liberdade só existe, quando os crentes são criadores, semelhantes ao Deus que cria.

O primeiro apelo, tem a ver com a criação constante da terra e, as consequências pelo seu uso. A segunda chamada de atenção, enfatiza a prevenção contra as falsidades mundiais, que argumentam e, enganam as pessoas contra o Deus criador e, a favor de ideias, ou factos, em que idolatram o homem, ou a natureza, ou a alguém, ou o individualismo, ou o mundo da imagem, ou a fama, ou a publicidade, ou a riqueza, ou o prazer, ou a morte, ou o espiritismo, ou a algo. Finalmente a terceira e última proclamação, tem a ver com o julgamento de Deus, ou seja, entram em conta as consequências, ou a escolha, que se faz para a vida, ou para a morte. Em suma, está em causa, o que Deus constantemente cria e, a resposta humana às suas criações. A reforma, tem a haver com o estilo de vida, que se opta, perante os apelos de Deus.

A sentença embora esteja especificada no terceiro apelo, vem destacada numa bem-aventurança, ou seja aparece realçada na felicidade dos crentes em ressuscitarem. A vida dos crentes é uma alegria, por permitirem a constante criação de Deus, que nunca terá fim e, que se revela de forma gloriosa na ressurreição dos mortos. No fundo, os crentes reformam a sua vida  diariamente, na experiência da criação eterna e, infinita de Cristo, quando são criadores semelhantes a Deus para com o próximo. Não acreditar na acção divina da constante criação, é simplesmente rejeitar a sua existência e, quando assim é, as pessoas escolhem estar desligadas de Deus e, da sua natureza, que os rodeia e sustenta. Isto significa, que os seres humanos têm a capacidade de escolher a ira de Deus no caos, que consiste em decidir pela morte de Deus em si, ou seja pela inexistência de vida, em cada ser individual. Portanto, as sentenças são declarações decididas, do que cada um quer fazer à sua liberdade de vida. Isto significa, que a Reforma, no fim dos tempos são comportamentos criadores globalizados, santificados pelo Espírito Santo, com alcance de vida eterna e, que têm o objectivo de converter as pessoas a Cristo. Portanto, os crentes, quer os convertidos, ou os reformados, testemunham a favor de quem não conhece o Deus criador.

A sentença, em relação à aceitação dos apelos criativos de Deus, é executada pelas segunda e, terceira vinda de Cristo, que são descritas, como concretizando as decisões, na qual as mais importantes, foram os revelados por Jesus na primeira vinda. Assim, na sua vida como peregrino durante a primeira vinda, destaca-se o apelo de Jesus: “... Aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” S. João 3:3. Para Deus criador, a sentença da resposta está em aceitar, ou não, em ser criador na fé de Cristo, no interior e, exterior de cada um. Tal a profundidade da criação, que evidencia as diferenças das diversidades, que cada um pode escolher e, que só se conjugam em harmonia universal, na acção criadora eterna e, infinita da Divindade.

Em conclusão, os apelos de Deus continuam a existir por enquanto e, centram-se em três pontos essenciais: a acção de Deus como criador constante, as respostas livres das suas criaturas em vidas reformadas, ou convertidas e, as consequências. Evidenciam-se aqui, os princípios bons, livres e igualitários das causas, das decisões e, das consequências, ou efeitos de Deus. Perverter isso, através de ideologias, ou doutrinas, é autodestruir-se na ira de Deus (que é a separação total do criador para com a sua criatura), que é simplesmente exigir na liberdade e, legitimidade da Divindade, a vontade e, a acção de Deus em não fazer nada. Ou seja, Deus não pode criar nas criaturas, que não acreditam na Divindade e, devido a tal falta de vida, estas desintegram-se, e desaparecem no caos da inexistência criadora. Este é também o sofrimento de Deus, que se revela constantemente nas pessoas deste planeta, e que foi explicado e experimentado na vida, na morte, e na ressurreição de Cristo. Nas mais diversas situações, é com estes apelos, que podem originar as conversões, ou as reformas de vida, que todos os seres humanos, se confrontam.

6.4. RESUMO DO REAVIVAMENTO E REFORMA NA IGREJA ACTUAL

De acordo com Apoc 3:14-22 e 14:6-20, o reavivamento e reforma acontecem, de dentro para fora da Igreja e, vice-versa. Engana-se quem julga, que os reformados por Deus, é que são os únicos a testemunhar de dentro para fora da Igreja. O testemunho, também acontece, com os convertidos, que chegam à Igreja e, que incentivam a reforma nos crentes mornos.

Na Igreja, o relacionamento entre crentes, dá-se com as criações incessantes das dádivas de Deus em prol, da união entre uns e outros, em que se distingue o amor, a verdade e a vida de Cristo. Neste contexto de conversão e, reforma, é que se difunde no exterior, a mensagem das criações de Deus, na Terra e, nos homens, com predominância a salvação (que é também nova criação) através da vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo. No exterior, o evangelho vai ao encontro das necessidades de cada um, com o que já foi criado por Deus e, com o que poderá ser criado de novo, constantemente. Só assim Deus, é que poderá ser conhecido como o criador, que de semana a semana, intensifica o encontro no dia de sábado, como faz parte um dos mandamentos da lei de Deus. Só desta forma, é que os encontros diários, que alternam com os encontros mais intensos semanais no sábado, indicados e, acompanhados por Cristo, poderão com os restantes mandamentos, aperfeiçoar o ser humano, à imagem e, semelhança do criador. O tempo passageiro, torna-se eterno na fé de Cristo, em cada indivíduo. Em comparação com o efémero dos desvios destrutivos, tanto da mornidão, ou do formalismo no interior da Igreja, como das doutrinas da Babilónia, no mundo actual, é manifestado criativamente por Deus, a conversão, o reavivamento e, a reforma. Estas relações com Cristo, são eternas no ser humano, quando associadas na liberdade, definitividade e, felicidade no indivíduo, que se conjugam com as criações constantes do Deus Triúno. No fundo, está em causa a adoração ao Deus único pela eternidade, que se comunica pelas suas palavras e obras, para se encontrar constantemente com o indivíduo, nas liberdades das criações eternas e, infinitas do Cristo humano e Divino, que se partilha no próximo, no ambiente e, no universo.