- A POMBA EM OSÉIAS
A metáfora da pomba, requer alguns pressupostos, para se concluir como lição e, aplicação espiritual para a vida de cada crente. Continua vigente, que esta mensagem, por ser profética, iria ser veiculada por um profeta (Oséias) e, que tinha o objectivo de alertar o povo de Israel, para os objectivos de Deus no futuro e, ao mesmo tempo para o que a Divindade tinha feito até aí, por todos sem excepção. Essa mensagem definia também, as consequências das futuras escolhas, perante os autores do mal (Satanás e seus seguidores) e, do bem (Deus Triúno).
A relação entre Deus e Israel estava pelas ruas da amargura. Israel, por fraquejar na sua fé, não confiava na protecção “política e militar” de Deus. Israel não acreditava nas acções de Deus, ao contrário de Judá (o povo de Deus do Sul), que teve como resultado da sua fé, o livramento estrondoso do cerco de Jerusalém, com cerca de 300 mil assírios que foram mortos por um só anjo. Neste contexto, é que surge a metáfora da pomba em Oséias 7:11-12. De uma forma simples e directa, Deus chama a atenção à sociedade e, a cada um para o aspecto de que a pomba quer-se em liberdade com Deus e, não dependente de quem quer que seja.
Associar-se a nações, que na sua essência espiritual não reconheciam o amor, a verdade e, a vida provenientes de Deus para com o próximo, mas que pelo contrário só respeitavam a força, a violência, a mentira, a falsidade e, a eliminação, só levaria a Israel a ser destruído. As relações entre países, faziam-se só pelo domínio do mais forte, sem o mínimo de respeito por qualquer tipo de compromisso. Israel fora levado por Deus, para aquela parte do mundo, não somente para estar entre os povos, mas principalmente para com a fé em Deus, testemunhar aos outros povos sobre as virtudes de Deus e, dos seus relacionamentos. A relação de paz entre os povos, provinha da aceitação da presença de Deus e, Israel tinha de começar por diagnosticar o que se passava no seu interior, na relação para com Deus, que tinha reflexos terríveis no exterior político e militar. Os negócios e a guerra, tornaram-se os deuses de Israel e, este ficou de imediato a perder em relação aos outros. Porquê?
Perdendo a sua visão de Deus, a sua missão e, os seus valores, segue-se a imitação de outros exemplos contrários à Divindade e, não a transformação à imagem e, semelhança de Deus. A mensagem era clara em termos de situação e consequência e, ao mesmo tempo preconizava o remédio. Israel devia também ser o berço do Messias e, ao invés de se nutrir no Santuário, que fora substituído por estruturas religiosas, que não punham as acções de Cristo em destaque, o que escolhera? A sua própria religião, idolatrando as imagens e as formas culturais dos outros povos. A pomba (Israel) iria ser escravizada, por aquilo que escolhera, em vez de viver em liberdade nas bênçãos com que Deus a criava e, a sustentava no seu amor do dia-a-dia, na direcção da eternidade. Não conseguir comparar-se a esta imagem da pomba, significaria acima de tudo, que Israel se convertera à cultura empedernida de idolatria dos seus vizinhos, na resolução ilusória dos seus problemas e necessidades. Os seus interesses, direccionaram-se para fontes secas e não eram relacionáveis nem com Deus e o próximo.
- O SIGNIFICADO DA BEZERRA EM OSÉIAS 10:11-13
A bezerra já diz respeito ao quotidiano de Israel, como sociedade e, individualmente. A aprendizagem da vida social, no qual se inclui o trabalho e os seus rendimentos, tem a ver com a obtenção de capacidades, que semeiam para se obter o fruto do trabalho. Isso, passa-se a nível social e económico, assim como em termos espirituais. Tudo é semeado, e tudo tem os seus frutos e consequências. Cristo refere tudo isso em S. Mateus 11:28-30, em que refere a necessidade de humildade e mansidão. É necessário neste tipo de relacionamento com Deus e o próximo, conhecer as funções e lugar que se ocupa e, ao mesmo tempo aguardar calmamente pelas oportunidades para se progredir e se desenvolver. Israel não acreditava nessa mensagem: tinha pressa e passava por cima de tudo e de todos, sem sequer prestar a atenção à presença de Deus e, à plenitude da vida com o Espírito da lei. Em suma, para Israel e seus vizinhos, a vida só tinha sabor, não em conhecer a redenção de Deus por Cristo, mas em praticar o mal. As cadências, sequências, deveres e, direitos da vida para todos, eram uma mistura de enganos, de violência e, destruição. O mal era o bem e, vice-versa. Com a anarquia e, sem o poder e carácter de Deus, apareceria a destruição e, a inexistência. Havia necessidade de um estilo de vida, em que os valores do trabalho humano, tivesse a Deus como criador e mantenedor e, não somente o interesse destrutivo de uma nação, ou indivíduo. As necessidades de Israel não eram semeadas nem colhidas as suas satisfações, nos melhores terrenos de Deus, para si e para o próximo.
- AS RELAÇÕES ENTRE PAI E FILHO CONFORME OSÉIAS 11
Deus com Israel, definiu no mundo o que era o relacionamento humano. Em termos de família, como esposa e marido e, como pai, mãe e filho, evidenciados em Oséias no capítulo 11, há pormenores que têm a haver com a própria história de Israel. O que está em causa? A existência do outro, à custa da vida do seu progenitor. Mas tal existência, não se deve só à vida que o outro dá, em termos de condições para que o seu semelhante viva, mas tem também a haver, com todo o exemplo vivido e partilhado, para que o filho seja semelhante ao Pai. Há uma unidade implícita, que também leva a uma explicitude, ou testemunho. A relação com Deus, é uma relação familiar, com a missão dos que foram criados, para serem também parte e, participantes dessa família.
A proximidade que origina familiaridade não é um estado, mas é uma escolha diária, em que se responde pessoalmente à interiorização e exteriorização de Cristo, nos encontros e aproximações de Deus, no indivíduo e, no próximo. Israel fora abençoado grandemente pela aproximação constante de Deus, que teria o seu clímax na primeira vinda de Cristo, que apontava para a glória da segunda vinda que acontecerá no futuro próximo. Israel já vira a acção de Deus no passado, a misericórdia que estava a ser dada e, a possibilidade de viver as promessas do futuro eterno com Deus. A única resposta que Deus esperava de Israel, estava só em aceitar essa aproximação, não somente no seu interior, mas também no relacionamento para com a sua família, para com o próximo e o universo. Viver o juízo e a eternidade com Deus, dependia também das decisões e actos de Israel para com as acções conhecidas de Deus, que estavam inscritas na vida, morte e ressurreição de Cristo difundidas pelo Santuário. A filiação dependia do quanto Israel queria viver na fé da verdade e, do amor com Deus, para com o próximo e o universo e, ainda não era tarde. As companhias escolhidas não eram o que pareciam e, diziam ser.