- CONCEITOS
Jesus refere em S. Mateus 7:11, que Deus dá boas coisas aos que lhas pedem, mesmo quando tem de corrigir os pedidos na sua sinceridade, quando não são requeridos de forma correcta. São inúmeros os exemplos na Bíblia, que mostram o relacionamento espiritual pela oração, destacando-se o de Jesus Cristo. A oração tem vários níveis, em conformidade com o grau de desenvolvimento da relação, entre o crente e Deus.
Primeiro que tudo, a oração é o diálogo entre Deus e o crente. Note-se, que a oração é uma resposta que nós damos a Deus, por todos os seus actos criadores, quer para o crente, quer para com tudo e todos, à volta do ser humano. Essas repostas oratórias, quase sempre são incompletas, não se sabendo sequer como pedir, ou responder, mas o Espírito Deus completa esta lacuna, não só completando as orações, como também adequando os pedidos e, as respostas, àquilo que é o melhor para o ser humano pecador, no contexto da glória de Deus. A partir daí, na oração começam a aparecer os pedidos do crente para com Deus. Após esta fase de pedidos, entra-se depois na fase de perceber, o que Deus quer, para qualquer tipo de situação em que se vive. A oração, num momento mais progressivo, começa a ser a partilha de intercessões nos mais variados tempos, não somente sobre o indivíduo que ora, mas sobre o próximo, família, sociedade, igreja, mundo e, universo. As orações progressivamente, passam a ser momentos, em que o crente com Deus, fala abertamente em liberdade, sobre os mais variados assuntos relacionados com as suas criações, constantemente e, abrangendo o passado, o presente e, o futuro. A oração cada vez mais se torna num espaço de liberdade, em que o crente decide progressivamente, sobre as inúmeras criações eternas de Deus, que quer para a sua vida, partilhando em testemunho com os outros ao seu redor.
E, quanto ao reavivamento? O que tem a ver a oração com o reavivamento? Só quando o crente dialoga com Deus em oração, sobre o reavivamento, é que este se desenvolve no indivíduo e, na comunidade que aceita Jesus Cristo. No entanto, há também outras duas questões pertinentes e, que são:
- Não fará também a oração, parte do próprio reavivamento? Ou seja, o crente pode orar por este tipo de experiência, mas não será mais eficaz o facto do reavivamento, já ser a oração em si, que progride para outros níveis de diálogos?
- Como se pode reavivar a própria oração?
Em suma, no tocante ao reavivamento e oração, podem existir três aspectos importantes e, que são:
- O Reavivamento é resultado da oração.
- A oração pode ser o reavivamento da relação com Deus.
- A oração pode ser reavivida, com base nela própria, que é palavra de Deus.
Resumindo, há constantemente novas criações, ou incessantes actividades de Deus e, por causa disso há contínuas mudanças e situações em qualquer universo. Na oração ouve-se, interpreta-se, decide-se e fala-se. No reavivamento há novos diálogos, aprofundamento dos relacionamentos e, a transformação das vidas.
- REAVIVAMENTOS NO LIVRO BÍBLICO DOS ACTOS DOS APÓSTOLOS
Em Actos, nos capítulos 1,2,4,6,9,10 os reavivamentos aconteceram, com um crescente número de pessoas a aceitarem pela fé, a Jesus Cristo. Rara é a Igreja cristã, que não se delicia com o acréscimo de crentes, que o cristianismo pós-ascensão de Cristo, experimentou num período, de curtíssimo pequeno prazo. No entanto é constrangedor, quando se tenta investigar os factores de tal progressão numérica, com base só em critérios meramente formais, como se o reavivamento se tratasse só de fórmulas mágicas, alcançáveis pelo dinheiro, tal como fez Simão o mágico (veja-se Actos 8:9-24).
Durante o breve episódio relatado em Actos 8:9-24, destaca-se a oração individual e, intercessória, em contraste com o egoísmo idólatra, ambicioso e destrutivo. Leiam-se nesta passagem as seguintes palavras: «Dizendo: Dai-me também a mim esse poder, para que aquele sobre quem eu puser as mãos receba o Espírito Santo. Mas disse-lhe Pedro: O teu dinheiro seja contigo para perdição, pois cuidaste que o dom de Deus se alcança por dinheiro. Tu não tens parte nem sorte nesta palavra, porque o teu coração não é recto diante de Deus. Arrepende-te, pois, dessa tua iniquidade, e ora a Deus, para que porventura te seja perdoado o pensamento do teu coração; Pois vejo que estás em fel de amargura, e em laço de iniquidade. Respondendo, porém, Simão, disse: Orai vós por mim ao Senhor, para que nada do que dissestes venha sobre mim.».
Se existe por um lado, o género de pensamento em que se quer um crescimento, em que se obtenha alguns dividendos egoístas, há também uma outra ideia extrema de instrumentalização, que persiste em alguns dirigentes das igrejas cristãs mornas. Para estes, o crescimento nunca deve ser muito grande, para que não se estrague o status quo. Ou seja crescer, sim, mas com controle. Se a primeira noção em Simão de controlar a magia deste processo estava errada, a outra ideia então, de seguir os acontecimentos mágicos, sem fazer nada, ou sem envolvimento, peca também por se fazer de Deus um instrumento humano. Em suma, o reavivamento é sempre uma operação do Espírito Santo, ou senão, veja-se o que refere Actos 8:15: «Os quais, tendo descido, oraram por eles para que recebessem o Espírito Santo». No essencial, o reavivamento, abrange a oração do Espírito para o Espírito, ou seja o diálogo vem de Deus para Deus, passando pelo homem, para que a presença do Espírito Santo seja também uma constante progressão, na procura de cada vez mais desafios e, de maior número de diversidade de pessoas, que abranja o incomensurável multifacetado carácter de Deus. É a liberdade da progressão em Deus, no seu máximo desenvolvimento no homem por Cristo, ou pelo Espírito. Nesta escolha não há meias medidas, pois é o relacionamento do tudo, ou do nada, que progride desde o mínimo, até aos máximo das oportunidades, para com os indivíduos existentes. Isto significa, que a beleza da combinação do número, se faz sempre com a multiplicação das palavras, que se inovam com as promessas e, com a qualidade da diversidade dos relacionamentos em diferentes seres humanos, que se conjugam no Espírito Santo em santa oração.
Em resumo, o reavivamento e a reforma é a difusão da palavra para todos. A oração pelo Espírito, procura os outros, para também encontrar cada vez mais a diversidade de Deus. Há a procura e o encontro em Cristo, pelo Espírito Santo, de novas ideias, de novas orações, de novos diálogos, que são concretizados pela união do Espírito Santo em novas pessoas. O sentido do reavivamento e reforma, vai na direcção da pluralidade de Deus.
- AS ORAÇÕES DE CRISTO
Cristo diariamente, em cada oração recebia as palavras e, os actos de Deus, para serem ministrados a todos. Perante o Universo, o mundo e, os anjos caídos, Jesus Cristo no conflito, conseguia no Espírito, a representação do Pai, para confrontar Satanás e, salvar o ser humano criado por Deus. Em Jesus, a oração é contínua, acessível, transformadora, vitoriosa no conflito e, testemunhada a todos. Ou seja, em Jesus Cristo a lei dos dez mandamentos transforma-se numa oração, que é possível viver, na liberdade gloriosa de Deus Pai em cada ser humano, segundo as criações da invisibilidade do Espírito e, da visibilidade da vida, morte, ressurreição, intercessão e, juízo do salvador.
As orações de Cristo, que reavivem as situações espirituais de cada caso humano e do universo, abrangendo também a eternidade das criaturas, representam ao mesmo tempo a plenitude das criações infinitas, eternas e absolutas, que se disponibilizam para com o ser humano, seja ele quem for que esteja interessado para aceitar. Isto significa, que as orações de reavivamento no indivíduo e, entre os seres humanos, só existem, através da aceitação interna e externa (que é a fé) nos crentes, das preces que foram exemplificadas e, vividas em Jesus Cristo. Em suma, todas as súplicas, ou o reavivamento, que provêm das novas dinâmicas nas preces, têm em Cristo a sua fonte e, continuidade eterna. A vitória de Deus, depende simplesmente da capacidade profética em projectar no futuro e no espírito da lei, o passado e presente humano, definido em Jesus Cristo, sempre no contexto da definitiva liberdade eterna e, infinita da Divindade. Ou seja, a realidade da vida humana, conjuga-se na oração em Cristo, na totalidade do seu ser espiritual, mental, psíquico e físico, em plena harmonia e felicidade interior e, união exterior, em que o louvor a Deus é incessante.
Em resumo, o reavivamento e a reforma da oração encontra-se na única fonte eterna, que representa a Deus, a cada um, e ao universo. Representa a Deus, porque na Divindade Triúna existe a comunicação, em que o ser humano está presente por Cristo desde a eternidade para a eternidade. Foi o próprio Cristo, que comunica a sua disponibilidade em salvar o ser humano. Essa disponibilidade, passa por orar como o ser humano deveria orar, porque só Cristo tomou o lugar do homem pecador que ora para ser perfeito em Deus. O ser humano começa a orar por Cristo, para depois dialogar em Jesus, no seu carácter, vontade, poder e acção.
- O REAVIVAMENTO NA ORAÇÃO DE CRISTO EM CONJUNTO COM OS CRENTES
Há dois exemplos, que destacam a oração de Cristo em conjunto com os crentes e, que são: a oração no Getsêmani e, a prece no monte da transfiguração. Mas qual é o efeito máximo, que as orações no conjunto fazem? Refere Cristo, que se dois ou três orarem em seu nome em comunhão, Ele estará no seu meio. Assim, a representação invisível de Cristo pelo Espírito Santo, cada vez mais se torna visível. Mas em que ponto? Principalmente em dois acontecimentos: na transformação dos crentes à sua imagem e semelhança e, ao mesmo tempo, na brevidade da sua vinda. Isso é visível no amor que une os crentes (em que o perdão e as novas criações de Jesus são a pedra base do relacionamento) e, no seu testemunho do fazer ao próximo, como se fizesse ao próprio Cristo. Isto significa, a importância da brevidade da segunda vinda de Cristo e, o juízo das decisões finais, que cada ser humano tem em relação à companhia eterna de Cristo. Em suma, a oração que reaviva, é partilhada em primeiro com Deus e, logo de seguida com o próximo. As palavras com Deus, não são meramente teorias, mas também actos criadores, que abrangem o ser humano em si e, à volta de si, com as outras criaturas e, nas várias dimensões da realidade do Universo. Desta forma o impossível se torna na possível felicidade, em que o próprio Deus também se identifica e, se envolve como criador, mantenedor e, inovador.
Em resumo, o reavivamento e a reforma na oração passa pela transformação em Cristo dos dons, que se conjugam cada vez mais no sentido da visibilidade de Jesus.
- A LIBERDADE DA ORAÇÃO DE REAVIVAMENTO
A liberdade é disposta, na aceitação, ou não, da oração. Esta se torna um dos pontos centrais do reavivamento, porque a comunicação permite não só o conhecimento em Deus, na liberdade das suas criações, como capacita o ser humano a escolher em progressão e, em definitividade no sentido do juízo e, da eternidade. Assim a oração, ou a comunicação em Deus, possibilita a contínua liberdade de escolher mais em Cristo, em vez do pecado. Na oração, as palavras humanas, são comparadas com as de Deus. Esta capacidade doada por Deus, também identifica os vários autores (Deus e Satanás) envolvidos em todo este processo e, os relacionamentos advindos das várias escolhas, que o ser humano faz em relação a todos eles. Assim, a liberdade, não é um conceito místico, ou próprio, mas é um relacionamento de escolhas de entendimento com os autores do bem, ou do mal, que se testemunha, ou se vive no dia a dia, no sentido da eternidade, ou da separação mortal para com a Divindade. Em suma, o reavivamento da oração é por parte do homem, também a escolha do autor Divino, com quem se quer dialogar e, viver-se na eternidade com incessantes encontros, em que se possa decidir definitivamente (diante do ego humano) perante as constantes criações, provenientes da essência absoluta do amor, da verdade e, da vida do Deus Triúno. Ou seja, o reavivamento na oração, tem em conta que a liberdade, só é definitiva, quando se escolhe, não somente o ter a companhia abençoada de Deus, mas também se decide ser semelhante ao criador, nos incessantes encontros, em direcção à glória do absoluto Divino Triúno.
Em resumo, no reavivamento e reforma da oração, enfatiza-se em princípio a liberdade, no sentido de se escolher qual o autor que mais fez, faz e, fará pela mesma. Isto é, no reavivamento e reforma pela oração escolhe-se, também de acordo com os interesses humanos, quem é eterno e infinito. Ou seja, na liberdade da oração, escolhe-se constantemente e, em juízo, ou definitividade a semelhança de Deus, em que dinamicamente é criado o infinito e, a eternidade no ser humano, sempre só por Cristo.
- A ORAÇÃO REAL DO REAVIVAMENTO
Cristo ensinou os discípulos a orarem no capítulo 6 de S. Mateus. Pode-se ver esta oração padrão, como a base das orações, ou o mínimo da comunicação com Deus. Nela o crente fala com a Divindade, referindo e expressando a sua fé na glória, no Reino e na vontade do Pai, na petição para com as suas necessidades, no perdão dos seus pecados e, na vitória espiritual e material, no contexto do conflito existente. Em suma, a oração deve pelo menos conter 2 elementos base: a revelação de Deus (em que o ser humano corresponde com a fé na sua existência e, a esperança na vitória do futuro eterno da criação da Divindade Triúna) e, a resposta humana (o perdão e, as necessidades). Em suma, nesta oração, o que Cristo vem reavivar, é o sentido, de que o diálogo começa sempre em Deus e, o ser humano responde se quiser, ou não. Não se inventam orações e, muito menos diálogos, pois todos eles têm origem e continuidade em Deus, mas são destruídos com a entrada do egoísmo, ou do pecado.
A partir desta pedra base da oração do Pai Nosso, existem infinitas diversidades de orações, assim como formas materias em que se expressam no ser humano, desde o sentado, o de joelhos, em pé, em pensamento e emocionalmente, em louvor, a cantar, sozinho no seu quarto, em conjunto e, de muitas outras maneiras. É interessante ver, que á medida que Cristo vai desenvolvendo as suas actividades, mesmo após a sua morte, ressurreição e ascensão, intercessão e eternidade, há sempre o cuidado da sua parte, em ir multiplicando à oração do Pai Nosso, novos acréscimos sobre o relacionamento humano e divino. A oração do Salvador, sempre será constantemente reavivida, com base nas actividades de Cristo para com o ser humano. Em suma, a partir do momento em que Cristo definiu na oração o que Deus procura no ser humano e, o que o homem procura no Pai, iniciaram-se ciclos sem fim de reavivamento. De um reavivamento duplo, em que se encontram definidos os relacionamentos entre o humano e o Divino, há a progressão para a oração triplamente reavivida, em que diz respeito à realidade da vida, ou do universo.Quando tal acontece, a palavra na oração, deixa de ser somente um símbolo de entendimento entre Deus e o homem, para passar a ser constantemente a realidade das liberdades criativas em Cristo. A palavra real na oração de Deus reaviva-se a si própria, assim como reavive a vida do crente e, a de todos os outros, com tudo no Universo.
Em resumo, no reavivamento e reforma da oração, há uma plenitude existencial entre os vários intervenientes e elementos (Deus, ser humano e universo). A oração em reavivamento e reforma, abrange tudo e todos em cada instante, no sentido das incessantes criações eternas e infinitas de Deus. Haverá orações diversas, como resultado, ou mesmo como co-participação nas novas actividades, ou criações de Deus. Na oração, ao orar com Cristo, ouve-se, decide-se, fala-se e, vive-se com tudo e todos, no sentido da infinita eternidade.