A FÉ COM IDEIAS E FACTOS

COMENTÁRIOS CRISTÃOS



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REAVIVAMENTO E UNIÃO

13-08-2013 19:40
  1. A UNIDADE DA IGREJA

Há a utopia da Igreja seguir a unidade só por si. Esta, só existe em Deus. Entre Deus, os seres humanos e, o Universo, o quanto muito, só existe a semelhança da unidade Divina (S. João 17:23).

O acontecimento mais paradigmático foi o do Pentecostes, que é onde se vão buscar as mais variadas inspirações. O que aconteceu neste despertamento espiritual? Será, que existe outro acontecimento, tão importante como este, em termos de união?

Os lideres de Igreja, na generalidade gostam, muito do acontecimento do Pentecostes (por causa da “magia” do crescimento numérico) e, no final fazem disparates, como aconteceu, com os fariseus, na morte de Cristo, em que achavam, que mais valia morrer alguém pela nação, antes que esta perecesse. Quantos crentes têm saído da Igreja, porque há um ou dois elementos fanáticos, que parecem unir uma igreja com os seus juízos (para seu interesse também), à custa de elementos falsamente acusados, que são escusadamente expulsos, quando Cristo é que devia estar nesse lugar de união?

Não existe somente um paradigma de união, como o caso do Pentecostes, mas vários paradigmas, entre os quais, o que se fala muito pouco (e porque será?), foi a união que Jesus Cristo manteve com os seus desalinhados apóstolos, enquanto calcorreava os poeirentos caminhos de Israel, em condições inóspitas, tornando possível a união da futura igreja cristã, até à eternidade. A questão pertinente é esta: por uma questão de pragmatismo, quais são os problemas maiores na união cristã e, como é que Deus os resolve? Por exemplo, será que havia mais união antigamente (há cerca de 30-40 anos), do que hoje em dia? Há mais união nas igrejas pequenas, do que nas grandes? Como é que a união se consegue, após a entrada de novos elementos? O que é mais unida: a igreja com muitas actividades, ou a que tem duas ou três actividades, ou mesmo só a que prega aos outros o evangelho? Como é que se pode avaliar, a progressão da união na igreja? Qual o papel das lideranças na união cristã? O que a união tem a ver, com a segunda vinda de Jesus Cristo?

Só uma notinha: engana-se quem julga, que em primeiro tem de se quebrar as barreiras, para depois haver união. A união nunca é resultado de actos humanos, é sempre resultado (como em tudo na vida espiritual) do convite de Deus para o ser humano exercer um determinado dom, no âmbito das criações incessantes da Divindade, em conjunto com a decisão individual de liberdade, em progredir com Cristo na sua partilha e, aplicação dessa dádiva, para com o seu próximo, ambiente e, universo. Outro engano, é o facto de que muitos crentes julgarem, que a união é o mesmo tipo de acontecimento, em todas as igrejas que conhecem. Só há um denominador comum, que é a presença do Espírito Santo, que representa a visibilidade da união de Jesus Cristo, através da sua invisibilidade. Isto significa, que se pode falar de diversidade, na grande união orientada por Deus.

Finalmente e, para aqueles, que contemplam a união de Deus com certo respeito e, ao mesmo tempo louvando em alegria, tão belos momentos, fica uma pertinente pergunta: como é que Deus, respeitando o ser de cada um, consegue ultrapassar essa liberdade individual, com o conjunto de seres humanos, em que o indivíduo parece não ter voz activa? Fica como inspiração, a história humana, que ao longo de todos os séculos, têm sido uma constante luta (em que a solução até agora, foi a criação de um Estado democrático), entre o extremo da liberdade própria (mais conhecido por privado) e, o outro extremo da igualdade (mais conhecido por comunismo). Não é cristianismo, viver algo, sem conhecer inicialmente bem e, manter-se na ignorância, sem ao mesmo tempo, desejar avançar para outras experiências criadoras com Deus e, o próximo.

  1. MODELOS DE UNIDADE DE DEUS (S. JOÃO 17 E ACTOS 4:32-33)

O capítulo 17 de S. João pode ser resumido da seguinte forma: a glória da unidade e unicidade de Deus com Jesus, resulta em dádivas gloriosas de verdade e, amor para com o ser humano, que o une à Divindade e, ao próximo.

A união, no período referido em Actos dos Apóstolos, consistirá em tornar comum, tanto o que é de um como de outro crente, pois tudo é considerado como pertencente a Deus, através da criação e, pelo sacrifício de Cristo. Este modelo de união, prestou-se a ser a melhor solução, indicada pelo Espírito, para a difusão do evangelho e, ao mesmo tempo para se ir ao encontro das necessidades de cada um dos crentes. E porquê, que tal aconteceu? Principalmente, porque a liberdade de aceitação das dádivas de Deus, eram totais nas suas diversidades e, a distribuição para com o outro se igualavam também, em objectivos diversos de qualidade e, quantidade. Relatam os versículos em Actos 4:32-33, o seguinte: “ E era um o coração e a alma da multidão dos que criam, e ninguém dizia que coisa alguma do que possuía era sua própria, mas todas as coisas lhes eram comuns. E os apóstolos davam, com grande poder, testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça.”

Ponha-se ao contrário todo o processo de união, que aqui se baseou essencialmente, na aceitação plena das dádivas e, no seu uso total, perante os objectivos de evangelização. Reveja-se o que aconteceu uns dias antes, em que os apóstolos, queriam aceitar só determinados tipos de dádivas de Deus e, considerando os seus próprios objectivos. O que faltava e, o que estava a mais? Faltava Jesus Cristo e, o que estava a mais era o seu ego à frente do salvador, em vez de estar ao seu lado.

Ponha-se a questão: haveria possibilidades disso acontecer agora? Não haveria outro tipo de união, hoje em dia? Seria muito difícil actualmente, em acontecer o mesmo, porque hoje em dia há muita diversidade nas necessidades e, nas ofertas, tanto em termos espirituais, como em materiais e, ao mesmo tempo, há grandes discrepância dos sentidos das liberdades. A igreja, já na altura dos apóstolos singrou, pela formação de serviços, a que se deu o nome de dons. Veja-se o incidente que houve na assistência entre as viúvas de etnias diferentes. O modelo de igualdade baseado na comunhão de Deus e das suas dádivas, têm a limitação do primeiro desvio ser o suficiente, para vir ao de cima o ego humano, aparecendo de imediato o conflito. Optou-se assim, pela igualdade, através da diferença dos dons. A união, mesmo hoje em dia, é construída com base na organização de serviços de oferta e, de consumos para com as necessidades. Aliás, com a Igreja cristã, o mercado ocidental foi definido nas suas vertentes de ofertas, procuras e, preços. Através desta metodologia, tenta-se a união, perseverando as diferenças das liberdades, a igualdade e, ao mesmo tempo a justiça, através das dádivas da graça em Cristo e, ao mesmo tempo o testemunho das obras, na nova vida no Salvador.

Em suma a aplicação do capítulo 17 de S. João, está na aceitação e, na procura das bênçãos e, oportunidades das criações incessantes de Cristo na verdade, no amor e, vida, por parte da liberdade de todos os membros, para cada um individualmente e, ao mesmo tempo para o seu próximo e, vice-versa. Engana-se, quem julga que o modelo de unidade de Cristo, se esgota num só modelo, como o funcionalista, em que a união existe, porque todas as pessoas interiorizam os seus objectivos funcionais e, trabalham nesse sentido. A união em Cristo na Igreja, não é só ter objectivos e funções específicas, tal como numa máquina. A união em Cristo, vive essencialmente das criações de Cristo com base no amor, na verdade e vida, em que há novas descobertas, novas vidas, novos desenvolvimentos, em que se inovam os existentes pela eternidade fora, sem contradizê-los. Estas criações, neste momento resolvem os problemas criados pelo pecado e, ao mesmo tempo continuam o seu caminho em direcção ao mais além, numa Nova Terra, em plena paz e felicidade de Deus.

  1. A UNIDADE NA MENSAGEM DA SEGUNDA VINDA DE CRISTO

Todo o tipo de criação de Deus, em prol das suas criaturas, tem o poder de unir os seus membros. Partilhar as ideias e, os actos à volta de qualquer tipo de actividade criacional de Deus, é sinal da presença da Divindade Triúna e, ao mesmo tempo resulta na união dos seus crentes. Isto significa, que todas as mensagens, provenientes das criações de Deus, criam em primeiro a unidade entre os crentes e, ao mesmo tempo complementam-se umas, com as outras, procurando transversalmente o desenvolvimento, a diversidade e, a progressão no futuro eterno e, no mais além do infinito da Divindade, em outras criações.

A segunda vinda de Cristo, é uma das criações de Deus, que tem a grande particularidade de pôr um final definitivo, sobre o grande erro da liberdade humana em escolher o pecado, como opção de vida em troca da rejeição para com Deus. Por outro lado, esta criação, significa a escolha definitiva da mesma liberdade, em ter Cristo sempre como representante do homem perante Deus e, de Deus perante o homem. Portanto, é um momento de viragem, que separa definitivamente o pecado do homem e, une o homem em total liberdade (sem o ruído de fundo da mentira, do ódio e, da morte) às criações de Cristo. Na actualidade, o que significa esta mensagem para a Igreja e, para o mundo?

Para a Igreja e o mundo, esta mensagem profética, significa acima de tudo a grande aproximação de Deus aos seres humanos. No entanto, enquanto para uns é algo esperado e, desejado, para concretizar a plenitude da vida eterna, para outros, é algo rejeitado, odiado, significando a materialização da morte, como escolha pessoal para com Deus, tudo e todos. Isto significa, que a vinda de Cristo é um paradoxo social, ou um dilema, que acontece, porque este glorioso acontecimento, não se esgota no evento em si, mas é acima de tudo, a execução de uma outra grande criação anterior a esta e, que está a acontecer no presente momento, que é o juízo investigativo, e é ao mesmo tempo a continuação para a Nova Terra.

Após a primeira vinda de Cristo, em que se definiu o plano da Divindade, com base na vida, morte e ressurreição do Salvador, foi-se constituindo o processo de intercessão e, juízo, com o objectivo das pessoas escolherem definitivamente e, em liberdade, se querem estar, ou não, com o Deus criador e a sua lei eterna (dez mandamentos). Quer se queira, ou não, a segunda vinda de Cristo, na sua generalidade, resulta nas três reacções seguintes:

  1. Une os membros da igreja a favor.
  2. Une as pessoas no mundo contra.
  3. Há indiferença, tanto fora, como dentro da Igreja.

Seja como for, à medida, que se vai aproximando a segunda vinda, formar-se-ão, somente dois pólos unidos, a favor e, contra a visibilidade gloriosa de Cristo. Portanto, a mensagem da segunda vinda de Cristo, não está acima das outras mensagens, mas é a mensagem que se segue de imediato na profecia. Este acontecimento para a Igreja cristã, não é algo de novo, mas acima de tudo terá de haver uma reavivamento efectuado pelo Espírito Santo, que unirá mais a Igreja e, o próprio mundo. Nesse reavivamento, há a antecipação do evento em si, mas também da escolha em juízo, da definitividade das decisões e, principalmente das liberdades em plena Terra renovada. Há no entanto, uma pergunta pertinente a fazer: será que a unidade só é incentivada pela maior pregação ao mundo, sobre a segunda vinda de Cristo? Porquê que os cristãos resolvem testemunhar acerca da segunda vinda de Cristo? Porque simplesmente, o que está em causa não é o acontecimento em si, mas é o próprio Jesus Cristo, que se apresenta na invisibilidade do Espírito, que une os cristãos e, que os prepara para a sua visibilidade, através do testemunho das suas experiências com tudo e, todos os que estão interessados, a participar nessa relação eterna de união Universal. Ou seja, a principal característica da união em Cristo, é a sua capacidade produtiva e, reprodutiva. A unidade, existe em Cristo, para ela própria incessantemente se criar, através de constantes ampliações globais e, universais.

  1. UNIDADE NA ORGANIZAÇÃO

A estrutura da Igreja, revelou-se sempre como um conjunto de crentes, que incentivavam a união da Igreja, através de decisões imperativas, para com os membros. Mas qual era a característica principal dessa estrutura? No geral, representavam decisões provindas de Deus e, dos crentes. Isto significa, que os assuntos polémicos, eram resolvidos, de forma como o Espírito Santo queria e, ao mesmo tempo respeitando os crentes. Será que alguma vez, nas decisões tomadas desta forma, houve arrependimentos? De maneira alguma, porque simplesmente a estrutura representava os objectivos e, adaptava-os aos meios, perante os problemas. O que acontece hoje em dia? Muitas vezes as nomeações são feitas à pressa e, conforme a decisão de dois, ou três e, as decisões não são minimamente representativas dos interesses espirituais de uma maioria, em que se reveja o Espírito de Cristo e, as suas actividades criadoras. O que, poderá acontecer perante estas circunstâncias? Duas situações: ou há conflitos, ou há total indiferença. Como se pode resolver esta situação? Simplesmente de duas formas: que todos os actos das estruturas levem em conta os interesses espirituais de pelo menos 70% da Igreja e, que se considerem os desafios desses crentes para com o exterior. Poderá haver outros critérios, mas o princípio é sempre o mesmo e, consiste na estrutura de lideranças considerarem a todos e, ao mesmo tempo haver inovações nos assuntos. Quando se entra numa Igreja e, se ouve de um púlpito, o mesmo género de discurso, que tem pouco a ver com o que a maioria procura ouvir e, em que não se abordam soluções de Cristo, para com os problemas, que os crentes sentem no exterior, então não há união nessa Igreja, ou se existe, é à custa de uma indiferença para com uma hegemonia de uns poucos que se encontram à frente da Igreja. Será fácil de solucionar este assunto? De maneira alguma, mas pode se começar, por se tentar desenvolver dons diversos e, não somente centraliza-los em dois, ou três. Veja-se por exemplo a forma, como uma igreja trata, o mais básico e essencial bem da igreja cristã, que é a comunicação. Pergunte-se: quantos blogs há na Igreja, em que os crentes podem desenvolver e partilhar as suas ideias cristãs? Há em alguma igreja, no quadro de anúncios, algum local, em que se troquem informações pela Internet? Ou fica tudo pelo Facebook? Outro exemplo gritante, em relação à informação é o seguinte: onde é que há comentários? Ou fica tudo reduzido ao convencional e, aos comentários das faixas etárias?

Em resumo, não chega pensar nos exemplos do passado, em que as estruturas funcionaram de acordo com o Espírito Santo, mas é preciso haver oportunidades e, ideias que tornem cada vez mais possível a união dos crentes, na diversidade, que cada vez mais aparece no mundo, à medida que se vai aproximando a segunda vinda de Cristo.

  1. VIVER A UNIDADE DE CRISTO

A unidade em termos pessoais para com o crente, que se senta ao lado na igreja, é praticamente aplicado, quando se olha para este com Cristo e, se partilham soluções para a sua vida, que lhe tragam melhorias qualitativas e quantitativas espirituais e, materiais. Ao mesmo tempo, dever-se-iam receber deste, ou de outros, recursos recíprocos, que possibilitem também a co-existência em louvor, pela felicidade concedida. Tudo isto deve ser vivido à luz progressiva da palavra dos mandamentos, da profecia de Cristo e, do testemunho, para os que não conhecem o Salvador, que por eles também viveu, morreu e ressuscitou. A unidade não é somente um estado de fortalezas, mas é também o conjunto de pontes em constante criação com a vida, morte, ressurreição, ascensão, intercessão, juízo, segunda vinda e eternidade na Nova Terra. Viver esta unidade de Cristo, é viver a plenitude criativa e infinita das liberdades únicas, de estar um com todos e, todos com um, no Universo Santo do Deus Triúno.